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sábado, 28 de agosto de 2010

Folclore: Construindo uma peteca

No mês de agosto trabalhamos com o projeto folclore. Uma excelente oportunidade para conversar com as crianças sobre brincadeiras folclóricas ou "brincadeiras de antigamente": pipa, amarelinha, peteca, pião... Entre as atividades que planejei uma das mais interessantes para as crianças foi a confecção de petecas com jornal e plástico. Eles amassaram o jornal, uma atividade para trabalhar coordenação motora, desenvolver a noção de força, trabalhar forma geométrica...

Dia dos pais - Uma viseira para expressar todo o carinho pelo papai

Todos exibindo a viseirinha com recadinho para o papai. Com certeza ficaria muito mais bonita se fosse pintada e toda confeccionada por mim, mas, certamente não teria o mesmo significado para eles que pintaram e ajudaram a amarrar o elástico.

PALMADAS, CASTIGOS, ETC.

De forma geral pode-se dizer que entre nós adultos, praticamente todos tivemos uma educação em que, em algum momento foi utilizada a palmada ou outros castigos físicos como forma de imposição de limites. Hoje presenciamos um momento de discussões efervescentes acerca dessa problemática.

No contexto social que vivemos, onde valores como respeito aos direitos humanos, à individualidade das pessoas, à especificidade das necessidades da criança, entre outros, são cultivados, não há espaço para a concepção de que criança se educa com castigos ou palmadas. 

Diante disso, pais, professores e outras pessoas envolvidas com a educação da infância e habituados a resolver os conflitos com o uso da força e da violência, físicas ou não, se vêm diante de um problema uma vez que essa metodologia é rechaçada socialmente.

Não são raros os profissionais ou pais angustiados diante da pergunta reticente: O que fazer então para lidar com as birras, mal-criações, enfim, com o comportamento desafiador, quase que subversivo, próprio das crianças? Sobre isso encontrei algumas matérias interessantes que reproduzo no espaço abaixo.
Rosalina Moraes - 2010



                                                  Matérias

1. O mundo contra a palmada

Países instituem leis que proíbem qualquer tipo de agressão física como instrumento de educação

Raquel Temistocles

 Shutterstock
Educar os filhos uma tarefa complicada para qualquer pai, no mundo inteiro. Uns preferem conversar quando a criança faz algo de errado, outros partem para a "palmada educativa". Este tipo de punição parece inofensivo, mas, na verdade, causa danos permanentes ao seu filho. É por isso que, no Brasil, uma lei que proíbe a punição corporal como forma de educação está sendo discutida. Alguns países, no entanto, já estão na frente e tem uma política rigorosa sobre o assunto.

A Suécia foi o primeiro país a proibir qualquer punição às crianças em 1979. A lei estabelecida diz que “As crianças tem direito a cuidados, segurança e uma boa educação. As crianças devem ser tratadas com respeito pela sua pessoa e individualidade e não podem ser submetidas a castigos corporais ou qualquer outro tratamento humilhante”. Já em Portugal, a lei foi aprovada em setembro de 2007 e proíbe castigos corporais e maus-tratos psicológicos.

Também em 2007, o Uruguai aprovou uma lei que proíbe toda e qualquer punição corporal de crianças ("Proyecto de Ley Sustitutivo - Prohibición del castigo físico"). Antes, o Código Civil do país previa que os pais poderiam “corrigir” moderadamente as crianças, sem especificação sobre agressões físicas ou psicológicas. Mas o Código Civil atual do Uruguai reconhece o direito das crianças de não serem castigadas fisicamente.

No Canadá, há uma longa história de discussões sobre a proibição das palmadas em crianças. O artigo 43 da Constituição Penal canadense, de 1892, prevê que pais, professores e tutores podem usar uma “força razoável” para disciplinar as crianças. Em 2004, foi apresentado o projeto de lei chamado “Bill S-209” que visava eliminar o artigo 43 da Constituição e permitia que os pais pudessem usar a força em situações muito específicas - como uma pequena palmada na mão para evitar que uma criança faça algo perigoso. Mas a palmada de rotina com o intuito de disciplinar e como castigo premeditado não seria permitido. O projeto foi aprovado pelo Senado em junho de 2008, só que para virar lei ainda é necessária a votação do Parlamento.

Já nos Estados Unidos, não há leis específicas sobre o uso das palmadas pelos pais na educação das crianças. De acordo com Paulo Sérgio Pinheiro, coordenador do Centro de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo e relator da infância da Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, em entrevista ao programa Roda Viva (TV Cultura - 09/08/2010), a proibição da punição corporal, chamada em muitos países de “lei antipalmadas”, já existe em 30 países. Entre eles, Suécia, que proibiu a palmada em 1979, Israel, Costa Rica, Espanha, Venezuela, Grécia, Alemanha, Dinamarca e Nova Zelândia.


Fontes: CBC News; Global Initiative to End All Corporal Punishment of Children 

http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/1,,EMI154713-15046,00.html


2. 10 perguntas sobre palmada

Violência não é a melhor saída para impor limites. Veja como educar as crianças sem perder a razão
Bruna Menegueço e Cíntia Marcucci

 Shutterstock
Se você acha que um tapa no seu filho vai fazer com que ele aprenda sobre limites e respeito, mude de atitude já! A seguir, veja respostas para as dúvidas mais comuns sobre o assunto e, ainda, opções que vão além da palmada para impor limites mesmo nos momentos mais difíceis.


1 - O tapinha carinhoso deve ser considerado agressão?
O contato físico entre filhos e pais é fundamental. Nesse caso, você deve ter bom senso e analisar a situação. O tapa representa uma violência, a criança sente dor. Se esse for o caso, o tapa deve ser considerado uma agressão. Do contrário, se o contato faz parte de uma brincadeira, é leve e não incomoda, tudo bem. Mas o tapa pode ser um gesto mandatório e nem sempre os adultos percebem a força exercida. Na dúvida, não faça.


2 - O que a criança sente quando está apanhando?
Depende da idade. De um modo geral, a criança se sente agredida e não consegue relacionar o motivo da violência ao que fez para provocar aquilo. Ele sente medo e isso pode gerar traumas, afinal, ela está apanhando por um motivo não compreendido.


3 - Como a palmada se forma na memória do adulto?
Ninguém tem lembranças boas de um tapa. Mas como ele vai ser registrado na memória definitiva, varia de acordo com o vínculo afetivo estabelecido com os pais.


4 – Nesse caso, a palmada pode se transformar em algo aceitável, ou seja, um valor da família?
Sim. Antigamente, a palmada era usada como instrumento de educação de forma habitual. Dessa forma, o adulto pode entender que só é possível educar dessa forma, transmitindo os valores de violência e agressão para futuras gerações.


5 - Na minha casa, fui criado à base de palmada e hoje não tenho traumas. Por que, então, ela pode ser prejudicial ao meu filho?
Se você pensar dessa forma, deve voltar a assistir TV em preto e branco, andar com carros antigos, usar as roupas fora de moda. O mundo evoluiu em todos os sentidos, principalmente na forma de educar, que é a base da sociedade. Além disso, é impossível prever como um tapa será recebido por uma pessoa. Há quem seja mais tolerante e outros que sofram mais. Quem vai querer pagar para ver se isso causará problemas no filho, se existem outras maneiras de educar?


6 - Por que bater não educa?
Quando o adulto bate no filho, ele está reconhecendo que ficou impotente diante da atitude da criança. Mostra claramente que perdeu o controle de si mesmo e a agressão passa a ser a única maneira de manter a autoridade. A força física de um adulto é maior e se amplia nos momentos de raiva. Testar os limites dos pais é um comportamento típico que faz parte do aprendizado da convivência em família. Embora não seja fácil, os adultos devem lidar com as manhas com carinho e desenvolver a capacidade de dialogar e explicar as coisas para a criança sem violência. Afinal, ela é capaz de entender mais do que se imagina. Além disso, depois de bater muitos pais se arrependem. Essa atitude contraditória não é positiva para a criança.


7 - Quais são as consequências da palmada para vida da criança?
Em primeiro lugar, a criança primeiro não entende por que está apanhando. Pode sentir raiva do adulto e aprender que a força é um meio aceitável de conseguir o que quer. Além disso, para descontar o tapa que levou dos pais, vai bater nos amiguinhos. O adulto não tem moral para dizer que isso é errado, as referências da criança ficam, portanto, confusas. Para piorar, após a agressão, ela vai remoer coisas antigas, trazer à tona mágoas de quem o agrediu e até mesmo querer se afastar do agressor.


8 – Ela pode, ainda, ter outros problemas no futuro?
Sim. A criança que apanha também pode ter dificuldades para respeitar autoridades e receber ordens, já que era controlada pela força física. Ela obedecia para não apanhar ou somente depois de levar uns tapas. Assim, na ausência do castigo físico, perde as referências de até onde pode ir.


9 - Como agir em situações em que as crianças tiram os pais do sério ou ultrapassam limites, como birras e escândalos em lugares públicos?
A questão é colocar os limites claramente para as crianças antes, conhecer bem os seus filhos. Tapas não são capazes de corrigir as falhas na educação. O diálogo, a explicação de que aquilo não é certo, com carinho, é mais eficiente. Pois, dessa forma, a criança compreende melhor. O tapa só vai estancar uma ação que provavelmente irá se repetir.


10 – Em vez de bater, tem problema gritar com a criança?
Sim. Substituir os tapas por gritos também não adianta. É um tipo de agressão verbal, por isso, tem praticamente o mesmo efeito da violência física.


Fonte: Kátia Teixeira, psicóloga da clínica EDAC (SP), Cacilda Paranhos, especialista contra a violência infantil do Laboratório de Estudos da Criança (Lacri), do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP)

http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/1,,EMI154727-15046,00.html

3. Já para o castigo!

A palavra impressiona, porém nem sempre é sinônimo de dor física. Repreender o filho por causa de uma desobediência dá limite

Patricia Cerqueira
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Castigo resolve? Há uma polêmica, mas as mães garantem que sim, embora muitas evitem usar esse termo. De fato, a palavra assusta mais do que a medida. Muitos especialistas preferem falar em sanção, impedimento, conseqüência, responsabilização. Relutam em usar "castigo" porque, dizem, ele traz à mente a imagem de punições físicas - como a palmatória usada para disciplinar alunos e filhos no passado.

Aqui não se está falando de palmada, beliscão, tapa, sova, xingamento - isso tudo está realmente fora de cogitação. E, sim, daquele castigo definido pelo Dicionário Houaiss: pena ou punição que se inflige à pessoa..., observação sobre um erro ou uma falta; repreensão, admoestação. Ou seja, o clássico ficar sem TV quando a filha foi além do limite. "Mando o Davi para o quarto quando não obedece. Ele vai e se toca de que fez algo nada legal. Volta. Pede desculpas e diz que me ama", conta a atriz Érika, mãe de Davi, de 4 anos e 9 meses. Pode soar horrível, mas punir, nesse sentido, é educar. "Com a intervenção dos pais, a criança aprende a se socializar. Começa a ter noções de moral e ética", afirma a filósofa e mestre em educação Tania Zagury, autora de 12 livros sobre educação de criança, entre eles Limites sem Trauma. Tania evita a palavra castigo. Segundo ela, a criança não consegue perceber que esse foi o último recurso dos pais, que ela já teve a chance de obedecer, mas como não conseguiu, essa é a conseqüência para sua atitude.

Falar antes de agir
Castigar é deixar o filho sem algo que ele realmente aprecie, com a intenção de que, sentindo falta, não repita a travessura. O objetivo é mostrar que seu comportamento foi errado e não deve repeti-lo. "Nesse sentido, o castigo de fato dá certo, faz a criança parar, mas não impede que ela repita depois", avisa Neide Noffs, psicopedagoga e professora da Faculdade de Educação da PUC-SP. Ou seja, traz o efeito desejado pelos pais. Alguns educadores, porém, acreditam que ele não traz benefícios no futuro. Para eles, os pais precisam respeitar a criança e, para ensiná-la, não precisam punir. "A punição elimina o comportamento indesejado, mas a longo prazo não educa, não ensina", explica Maria Guimarães Drummond Grupi, psicóloga e pedagoga. Favorável em impor limite com diálogo firme, ela diz que a punição só refreia o comportamento. Não vai além disso.

Difícil mesmo é os pais não ficarem extenuados. Fala-se uma, duas, três, quinze vezes e o filho continua repetindo o comportamento. Só que nem sempre a criança volta à ação condenada para desafiar os adultos. "Principalmente as pequenas: elas fazem porque não tem logicidade, ou seja não, entendem causa e efeito de forma clara. E, como vivem num mundo egocêntrico, em que tudo funciona para elas e por causa delas, agem por instinto, sem pensar no outro", explica Neide. Às vezes, elas também repetem o comportamento porque são curiosas, estão pesquisando o mundo. Mostrar o erro não garante aprendizado na hora. "E essa incapacidade da criança pequena não é falha da educação", acalma Neide. Faz parte do processo de aprendizado dela sobre o mundo. Só não se pode achar que está tudo bem. Em qualquer faixa etária, a criança precisa aprender que há comportamentos que são aceitos e outros não. Que há coisas que ela pode fazer e outras não. O resultado leva tempo. Os pequenos não nascem sabendo como se controlar. Por isso, a autoridade tem de vir de fora, dos pais.

Quando começar?
As medidas, sanções e afins costumam surgir depois que os pais explicaram, conversaram, gastaram o léxico. Disseram 'não faça isso', 'pára', uma, duas, três vezes. Colocar para pensar, perder algo de que gosta muito, ser retirada do ambiente costumam ser as medidas preferidas pelos adultos. Só que para cada idade deve-se adotar uma estratégia. A partir dos 2 anos, quando a criança aprende a falar 'eu' e a notar o amigo, em geral, aparecem as mordidas, as agressões. "Nesses momentos, ela deve ser fisicamente contida e avisada de que o que fez não foi legal", explica a educadora e psicóloga Maria Cristina Meirelles Cruz. Isso também é uma sanção. O que não dá é colocar uma criança de 1 ou 2 anos para pensar. Ela ainda não consegue perceber que sua atitude não foi adequada. Mesmo as de 3 ou 4 anos se assustam mais do que "pensam" quando ficam sozinhas, mesmo que seja por três minutos, de porta aberta e junto aos brinquedos. Por isso, pode ser mais eficiente retirar algo de que elas gostem. Mas a partir dos 7 ou 8 anos, a criança começa a perceber com mais eficiência que pode perder coisas legais porque não agiu adequadamente. E o mais importante: para que o castigo seja educativo, a criança precisa entender a relação entre o que fez e a conseqüência desagradável que tem de enfrentar por causa disso. Cada família, porém, conhece o próprio filho e escolhe o momento e o método mais eficiente dependendo do perfil da criança. Não adianta cortar passeios daquela que não se importa em sair de casa, por exemplo.

Gelo de mãe
Na opinião de Maria Grupi, a mãe dar uma "gelada" no filho mesmo pequeno é uma punição eficiente. "Demonstrar, com voz firme, que não gostou da atitude dele dá muito certo", garante ela. Os pais não devem demonstrar que estão transtornados e muito menos se sentir ameaçados pelo filho. É preciso ter claro que quem está no comando são vocês. Perder a atenção da mãe já é um grande castigo, seja o filho pequeno ou grande. As sanções, ensinam os educadores, devem ser imediatas ao erro, de curta duração , e é preciso explicar a razão. "Só cuidado com a verborragia, muito comum em tempo da cultura de não bater", avisa Maria Cristina. A atenção da criança é curta. Se você alongar as explicações, ela "perde contato com a torre rápido". Além disso, é importante distinguir as situações que merecem punições mais contundentes. Nem toda desobediência é motivo para pensar no quarto. Mas toda insubordinação merece um chamado de atenção. "Vejo o castigo como uma forma eficiente de dar limite, desde que não seja sempre", diz a psicóloga Beatriz. Ela começou a impor sanções quando Luiza não atendia aos pedidos da mãe, desafiando-a. E esse desafio ainda a colocava em risco. Pondere a situação para não agir num dia em que você está sem paciência porque depois bate a culpa. A cardiologista Fernanda assume: "Dói o coração ouvir o choro da Giuliana no quarto". Se percebeu que errou na mão, vale pedir desculpas ao filho e até dizer que ele não merecia ficar de castigo, se for o caso.

Educar não é mesmo tarefa fácil. Filho desafiar as regras está dentro da normalidade. Anormal seria se a criança aceitasse passivamente o primeiro não dos pais ou nunca obedecesse. Se esse não é o seu caso, saiba que nada será para sempre. Essa é só mais uma fase dentro do complexo e apaixonante desenvolvimento infantil.


Punição na escola
Não é só em casa que as crianças sofrem punições. Na escola, também podem perder algo quando desrespeitam as regras do grupo. Podem ficar fora da roda de uma discussão, sair da classe, perderem o horário do lanche. Depende do perfil de cada escola. Até as chamadas democráticas fazem os combinados que todos têm de cumprir. "Na escola onde trabalho, quando as crianças estão fora de si, recorremos às sanções. Além disso, fazemos massagem, para tentar trazê-las de volta ao eixo", diz Maria Cristina Meirelles Cruz. A desobediência costuma aparecer cedo na vida das crianças. Até por volta dos 3 anos, elas não têm noção do que seja regra e infração. Por isso, vivem cometendo várias delas. Em casa e na escola. Conversando e sendo punidas, quando for o caso, vão entendendo as normas de convivência da sociedade.



 http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/1,,EMI115502-15546,00.htmL

4. Suécia: 30 anos sem as palmadas

O país foi o primeiro a criar uma lei que proíbe o uso de palmada para educar as crianças

Raquel Temistocles

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Educar sem bater é possível. Há 30 anos a Suécia prova isso. Em 1979, o país foi o primeiro a instituir uma lei para proibir a punição corporal de crianças. Assim como os adultos, elas tem o direito à integridade e proteção contra a violência e humilhação. Hoje, aproximadamente 30 países possuem leis que impedem os pais de baterem nos filhos.

O assunto começou a ser discutido na Suécia na década de 30 por pediatras, psicólogos e educadores. Após a Segunda Guerra Mundial, a discussão sobre os efeitos da violência na vida das crianças se fortaleceu e o bem-estar da família, a garantia de benefícios de saúde e educação também passou a ter mais importância. Nessa época, os professores usavam a punição corporal nas escolas para castigar e manter a ordem. Somente em 1958, depois de inúmeros debates parlamentares, o uso de violência e ameaças foi proibido nas instituições de ensino.

Poucos anos depois, em 1966, foi retirado do Código de Filhos e Pais (Children and Parents Code) da Suécia qualquer referência a leis antigas sobre o direito dos pais de bater nos filhos. Nesse ano, também foi inserido no Código Penal sanções em caso de agressão de crianças e adultos. Um ano depois, o governo criou uma comissão para analisar os direitos da criança. A autora de livros infantis Astrid Lindgren foi uma das personalidades que integrou o grupo dos defensores de uma lei “antipalmada” na Suécia. Em 1978, ela fez um discurso contra o castigo corporal que emocionou pais e mães. Na época, como não havia referência aos castigos físicos no Children and Parents Code, os pais acreditavam que a lei dava a eles esse direito. Mas foi somente em 1979, instituído como o Ano Internacional da criança pelas Nações Unidas, que a discussão sobre o bem estar das crianças tomou conta do governo sueco. Em março desse mesmo ano, o parlamento do país votou a favor de uma lei que proibisse qualquer forma de punição física ou emocional das crianças. A partir disso, uma extensa campanha foi realizada no país para que a lei fosse cumprida.

"As crianças têm direito a cuidados, segurança e uma boa educação. Crianças devem ser tratadas com respeito pela sua pessoa e individualidade e não podem ser submetidas a castigo corporal ou qualquer outro tratamento humilhante" , diz o código. Embora a proibição de palmadas em crianças no Children and Parents Code não estabelecer penalidades para quem infringir a lei, o Código Penal determina que a pessoa seja condenada à prisão por agressão por um período máximo de dois anos ou, dependendo da intensidade do crime, uma multa ou prisão de no máximo seis meses. As estatísticas mostram que as mudanças na legislação alcançaram seu objetivo. Dois anos depois, 90% das família do país já estavam cientes de que a lei tinha mudado. No ano 2000, apenas 1,5% das crianças tinha apanhado dos pais.

Fonte: Modig, C. (2009), Never Violence: Thirty Years on from Sweden’s Abolition of Corporal Punishment, Stockholm: Government Offices of Sweden/Save the Children Sweden

http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/1,,EMI166014-15046,00.html


5. Só um tapinha não dói. Será?

Confira o que diz a especialista sobre pais que insistem em bater nos filhos no lugar de educar

Rita Calegari

Daniela Toviansky
Quem quando criança não tomou um tapa dos pais? Eu tomei alguns, até porque era uma criança comportada e não dava muito trabalho. Também tinha tanto medo que meus pais me batessem que criava o menor número de situações possíveis para ganhar esse tipo de castigo. Mas eu confesso: fiz muita coisa escondida – algumas até perigosas – sem que eles desconfiassem. Funciona assim, quando usamos a ameaça no lugar do diálogo.
Um tapa educa? Duvido. Se bater educasse, o mundo já seria um lugar muito melhor.

O tapa intimida, dá medo, mostra quem é o mais forte. Bater reprime, não educa. Bater encurta a conversa – mata a possibilidade de que o diálogo exista. Bater cala a boca da discussão e desperta a mágoa.

Educar é ter trabalho. É suor e insistência. Educar não toma atalhos, nem abrevia conversas. Educar as estimula. Quando educamos, preparamos a criança para ser um cidadão. Um cidadão que fará parte da sociedade e deve contribuir para que essa seja um lugar mais justo e digno. Para que a sociedade seja assim, respeitar a autonomia, fazer o bem e justiça são valores necessários. A bioética discute esses valores há anos. Na escola, seu filho já deve ter ouvido falar disso. E, em casa, ele estará ouvindo sobre o quê? Se você acha que se educa uma pessoa com castigo corporal, seu filho está aprendo a intolerância, a injustiça, a brutalidade. Quando ele crescer, vai usar essas ferramentas para resolver seus problemas e conflitos com mais facilidade que uma criança que aprendeu o valor do diálogo.

O tapa faz pela educação o que a repressão faz na natureza. Impede com uma barreira o curso de um rio. Ele será contido num primeiro momento, mas sua força se acumulará e, no tempo devido, o rio se revoltará e destruirá a barreira. Com os filhos é igual. Você pode reprimir – porque eles são pequenos, vulneráveis e frágeis - e pode ser relativamente fácil e rápido. Mas saiba que você está postergando o problema para o futuro. A criança cresce. E na adolescência, fase natural de questionamentos, a criança tratada com repressão possivelmente vai se revoltar contra seus opressores.

Não tenha pressa para educar. Invista em atitudes que possam frutificar no futuro. Mostre ao seu filho que, apesar do seu tamanho e força, você escolhe usar a inteligência. Nessa relação, o respeito mostra a ele o que o medo jamais ensinará: a confiar nos pais.


*Rita Calegari é psicóloga do Hospital São Camilo (SP) e há 15 anos ouve em seu consultório histórias de adultos e crianças. É mãe de uma adolescente que nasceu no mesmo ano da revista CRESCER, há 16 anos (e jura que tem o primeiro exemplar em casa, de lembrança!)

http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/1,,EMI154725-10452,00.html

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sexualidade da criança

Você já andou perdendo o sono algumas vezes pensando em o que fazer com aquelas crianças que vivem tocando as genitálias? Ou alguma vez já se viu gritando com uma criança para que ela tirasse a mão de dentro da calcinha ou cueca? 

Para quem trabalha com educação infantil esses episódios são muito comuns, sobretudo na criança menor que está deixando de lado as fraldas, o que lhe permite explorar com mais liberdade seu corpo. O que não é muito comum é uma reação tranquila do adulto diante de uma cena dessa natureza. Via de regra, movidos pelos preconceitos, valores morais, desconhecimento e outros, reagimos com alarde e assustamos ou constrangemos os pequenos, que não compreendem tais reações. A matéria da Nova Escola reproduzida abaixo dá boas dicas de como lidar com essa questão.   

 

 

Masturbação infantil

Como lidar com a libido de crianças de pré-escola que se masturbam na sala?

Silvia Maria de Freitas Adrião, de São Paulo, SP (Silvia Maria de Freitas Adrião, de São Paulo, SP)

A masturbação faz parte da vida das pessoas desde a infância, mas é tabu em qualquer fase. Desde a Idade Média, incutia-se na cabeça de crianças e jovens "males" causados pela prática, como loucura, isolamento, espinhas no rosto e até pêlos nas mãos. Tudo bobagem!

Por volta dos 3 anos, a criança passa por mudanças significativas: deixa de usar fraldas, torna-se mais independente dos pais e descobre seu corpo. Nessa "exploração", ela se toca e acaba descobrindo o prazer que isso causa. "Essa fase faz parte do desenvolvimento, assim como engatinhar, andar e falar", diz Anne Lise Silveira Scapaticci, psicanalista e terapeuta familiar.

Nem por isso deve-se considerar tudo natural e permitido. É possível que a masturbação seja um problema quando é freqüente. "Pode ser sintoma de que a criança não consegue encontrar prazer nas brincadeiras e no relacionamento com colegas e adultos", explica o educador e psicanalista Carlos Alberto de Mattos Ferreira.

Como agir
Em primeiro lugar, explique que há coisas que não devem ser feitas na frente das pessoas, como cocô e xixi ou brincar com os órgãos sexuais. Mostre a diferença entre público e privado e não entre certo e errado. Recriminar pode ser desastroso, pois é possível que o garoto ou a garota acabe por misturar sentimento de prazer e satisfação com complexo de culpa. Segundo, desvie a atenção dessas crianças para os prazeres da escola, como pintar, tocar um instrumento, brincar, correr, dançar e jogar. Valorize a imagem e melhore a auto-estima delas, elogiando suas tarefas e dando-lhe atenção.

Dicas

- Para você identificar se a criança está tendo um comportamento compulsivo, observe se além de masturbar-se ela apresenta outros sinais, como isolamento, dificuldade para participar de atividades em grupo e baixa auto-estima.

- Não chame a atenção da criança na frente da turma nem recrimine a masturbação. Converse com ele em particular, dê atenção e afeto.

- Se o problema persistir e você sentir necessidade de conversar com os pais, esclareça que a masturbação é um ato comum e normal, mas respeite a crença religiosa da família. Para muitas pessoas, a masturbação é considerada pecado. Nesse caso, você poderá fazer bem pouco, mas insista que recriminar pode causar danos maiores.
Quer saber mais?

Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual (GTPOS), R. Bruxelas, 169, 01259-020, São Paulo, SP, tel. (11) 3801-3691
A Educação Sexual da Criança, César Nunes e Edna Silva, 148 págs., Ed. Autores Associados, tel. (19) 3289-5930, 12 reais

http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/masturbacao-infantil-422840.shtml

sábado, 14 de agosto de 2010

Comemoração do dia dos pais... Não precisa ser uma chatice.

No dia dos pais pensamos em realizar algo diferente das tradicionais festinhas que reunem:
crianças lá na frente tímidas, assustadas, estressadas para fazer uma apresentação;
professores tensos com a ideia de que todos chorem, desistam e não façam como foi ensaiado;
pais apreensivos e (via de regra) frustrados por não verem seus pequenos na sua melhor performance.

No lugar disso promovemos uma manhã de atividades com pais e crianças: músicas, mensagem para os pais, café da manhã, gincanas,oficina de arte com massinha... Deu muuuito certo! Poucos pais presentes, como é de praxe, mas, muito divertida e alegre.

E o milho cresceu!!!

Lembram daquele milho que plantamos???? Pois então, cresceu, florou (ou pendoou, como se diz na roça), e agora já começam a aparecer as espigas. Acompanhamos essa evolução durante os banhos de sol. A cada mudança, as crianças ficaram encantadas e curiosas.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Educação cearense - Matérias interessantes-

Situação gera prejuízo ao ensino

02/08/2010 02:00
A pesquisadora de políticas públicas de Educação na Universidade Estadual do Ceará (Uece) e ex-secretária da Educação do Estado, Sofia Lerche Vieira, classifica como “uma situação de vulnerabilidade para o sistema de ensino” o perfil de escolaridade dos professores que hoje trabalham na educação básica no Ceará.

“Sobretudo os municípios, responsáveis pelo ensino fundamental, têm uma tarefa muito grande”, afirma Sofia Lerche, em referência à proporção de 31,9% dos professores sem diploma nessa etapa de ensino nas escolas cearenses.

Além do movimento de expansão da educação infantil impulsionado pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), a pesquisadora aponta que nos últimos anos há uma maior ênfase na formação continuada dos professores, enquanto anteriormente o investimento maior era na formação inicial.

Sofia Lerche lembra que a rotatividade de professores nas redes municipais onde a contratação não é feita por concurso também prejudica a formação de quadro mais qualificado. O professor participa de cursos de formação e depois é substituído, com a entrada de novo prefeito, por exemplo. (LL)

Fonte: http://opovo.uol.com.br/app/o-povo/fortaleza/2010/08/02/interna_fortaleza,2026189/situacao-gera-prejuizo-ao-ensino.shtml